terça-feira, 10 de abril de 2007

“Aquilo no teto são furos ou manchas?”

Em maio, completará um ano dos ataques daquela facção criminosa, o PCC, aqui em São Paulo. Um amigo brincou comigo esses dias: será que o PCC vai “comemorar” um ano de ataques com mais ataques?

A resposta para essa pergunta, será dada daqui um mês. Assim como aconteceu com o 11 de setembro de 2002, creio que poderá haver uma certa “expectativa” de que o fato novamente ocorra. Afinal, o Dia das Mães está aí e de novo, muitos presos sairão dos presídios para comemorar o feriado.

Então, fiquei pensando: o que efetivamente mudou de um ano para cá, em relação à violência. Será que o PCC está mais armado; será que a polícia está melhor preparada? Ou será que estamos virando um Rio de Janeiro, com suas zonas proibidas e muito mais perigosas?

Como diz o ditado: quem tem teto de vidro não atira pedra no telhado dos outros.

Não costumo acompanhar essa parte do jornal (é, uma vergonha, mas isso é assunto para outro post em outro blog), mas pelo que ouço, a violência aumenta, aumenta e aumenta. Detectei algo (ruim) em mim não faz muito tempo: no dia em que aconteceu o tiroteio na frente de um banco em Moema, eu passei pelo local. Minha mãe havia comentado sobre o incidente e tudo o que eu fiz foi responder um: Ah, e quantos morreram?

Lembro-me do dia do ataque do PCC, mais precisamente na segunda, dia 15 de maio. Não sai de casa no dia, não havia condução. Navegando pela Internet, percebia o quão apavoradas as pessoas estavam, com a falta de informação. Não sabiam se estavam seguras, se deveriam sair, se voltavam para casa. (in)felizmente, eu até que passei uma tarde divertida ouvindo rádio, televisão e xeretando em sites o que acontecia em São Paulo. Um dia atípico, com pânico generalizado... mas eu não sentia isso. Era como se tudo fosse um grande filme ou jogo. A população não estava em perigo, nossos criminosos são mais generosos que os do Rio de Janeiro.

Assim como eu, que fiquei imóvel perante o que acontecia (e acontece), quantos de nós já foram vacinados pela violência que afeta as grandes cidades?

Mas há o outro lado. Em Diadema, o índice de violência está diminuindo, graças aos esforços da comunidade. Em vários bairros da periferia, há um verdadeiro esquema de comunicação entre os vizinhos, um cuidando do teto do outro. Seria essa a solução?


Bianca escreve às terças e a frase que ilustra o post foi dita pela Vica, que escreveu o post abaixo. Foi descontextualizada, mas coube perfeitamente. Valeu!