sábado, 31 de março de 2007

Visitante no Para.nóia - Sabrina Machado

HEY! Explicación: Sábado é o dia livre de postagem deste blog, então resolvemos abrir para textos estrangeiros que complementem a diversidade que só uma cidade como São Paulo pode proporcionar. Hoje é dia de Sabrina, mas quem quiser colaborar conosco aviso desde já: seus olhares palavreados serão muitíssimo bem-vindos. E agora: fim de Vica.

Roda, roda e vira!

Creio que o título do post já descreve essa pseudojornalista, sem criatividade, que vos fala (calma, não roubaram minha câmera), mas, para os desinformados, vou dizer quem sou eu. E eu lá sei, quem eu sou? Bom, sou a intrusa Sabrina Machado e estou aqui para uma participação especial.

Teoricamente, minha presença neste blog, que por sinal está muito bom, seria para contrapor a seriedade das pessoas que escrevem aqui, mas percebi que a Vica já representa muito bem esse papel e, como não sou invejosa, não quero roubá-lo e muito menos criar desavenças com os hermanos.

E é por isso que esse post será sério.

Começarei com política. Soube esses dias que o Sr. Prefeito Kassab quer proibir os feirantes de gritarem e também quer que eles usem uniformes. Agora imagine o feirante sussurrando: “olha a banana um real”.

Outra do Kassab. Li na Folha On Line que o prefeito entregará a chave da cidade para o Papa. Você já viu a chave de São Paulo? É proporcional? Onde ela entra? Marco Zero? É nessas horas que os gaúchos neuróticos têm razão!Chega, senão vão me chamar de petista. Mas tem uma dúvida que não consigo tirar da cabeça e como as pessoas que comentam aqui são inteligentes, gostaria que me esclarecessem uma coisa: o buraco do metrô é do Alckmin, do Serra ou dos dois?

Queria falar sobre a água, mas a Mariana já falou que vai acabar, então continuarei a saga do transporte público e como mais uma paulista egoísta falarei sobre a parte que me toca, sem PMs, por favor!

O meio de transporte que utilizo para ir ao Instituto Filantrópico Mackenzie é o trem. Isso mesmo, seis e meia da madrugada já estou enlatada em um trem da CPTM. A linha é Itapevi - Julio Prestes (sempre tem um Prestes no meio), e ela corta cinco cidades da região metropolitana até chegar em São Paulo.

Dou o ar da graça na cidade de Carapicuíba, minha estratégia é o último vagão, teoricamente ele e o primeiro são os mais “vazios” (entenda vazios como cabe mais um). Se você estiver de blusa, tire, porque a temperatura vai aumentar.

De repente o maquinista fala: “atenção: os assentos com indicação são de uso preferencial, favor respeite esse direito!”. Detalhe: como um idoso consegue ir até algum assento desse gênero se o trem está totalmente lotado? Mas isso não é o pior, pois pessoas educadas não existem. De vez em nunca dou sorte de encontrar uma alma caridosa que leva a minha mochila, mas hoje que eu estava precisando (maldita bursite) e nenhum ser de bom coração me ajudou.

A volta é bem diferente.O trem está vazio, consigo sentar, então leio ou durmo; sempre ao som de algum marreteiro*: “amendoim cocrante cinqüenta”, “paçoquinha, uma é dez e dez é um”, “joely sorvete, sorvete é joely”, ou então ouço a seguinte frase: “dê uma ajuda ao ceguinho”. Em dias de sorte tem até música: “quem gostou do show dê um dinheiro, quem não gostou dê do mesmo jeito, pois é para ajudar as crianças carentes lá da minha casa”, diz o repentista.

Não tem como ficar de mau humor nessa viagem! Já vi produtos bizarros: banha do peixe elétrico da Amazônia, lápis de Itu, revista de receitas ou dos crimes mais famosos, giz que mata barata e até alface (por incrível que pareça é verdade).

Quer post mais sério do que este? Falei até de economia informal!
Ainda bem que na Barra Funda não falta luz!
Fico por aqui! Bom dia, boa tarde, boa noite e boa madrugada!
P.s. Quanto as greves? Graças a Deus não vou de avião para a faculdade!

Mais textos sérios, só que sobre música acesse palavrascifradas.blogspot.com

*vendedor do shopping trem