São Paulo e o Reality Show
Olá, eu me chamo Danilo Liggi e estou participando deste belo blog, no qual uma das participantes titulares, a senhorita Bianca Hayashi, é uma amiga que eu considero muito. Gosto batante de televisão, chego a dizer que sobreviveria bem em um quarto trancado enquanto houvesse comida e uma TV. E é justamente sobre um programa de televisão que vou escrever.
Nessa terça-feira, dia 03 de abril, chegou ao fim mais uma edição do tão comentado Big Brother Brasil, em meio a críticas e diversas reclamações no Procon, visto que, segundo os críticos, é um programa de conteúdo vazio e, segundo as donas de casa, uma baixaria sem propósito.
Eu, particularmente, sou fã do BBB. Talvez pelo fato de não tentar enxergar nele algo além de um entretenimento vazio. Para a grande maioria paulistana (felizmente ou infelizmente, dependendo de seu ponto de vista), esse tipo de distração é mais facilmente absorvido do que um livro ou uma peça de teatro, o conteúdo já vem mastigado, digerido, editado, basta olhar, espiar... E na geração do fast-food, na qual não há tempo para complexidade, devemos compreender que é natural o entretenimento também ser fast-food, rápido, sem demoras, de fácil acesso.
Após sete anos de programa, as votações continuam em alta, assim como o interesse do público pelo programa. A audiência do BBB em São Paulo é a maior de todo o Brasil, chegando a atingir pico de 47 a 49 pontos, números superiores aos da atual novela das oito, Paraíso Tropical, que vem patinando no Ibope. Isso se deve ao fato do público paulistano ter enjoado do cenário carioca e ter optado por um programa mais parecido com seu “cotidiano”. Certa vez um amigo me disse a seguinte frase: “Alegria de pobre é ver outro pobre se ferrando”. Ele está certíssimo, e é em cima desse contexto que se baseia o BBB. Gostamos de ver duas pessoas discutindo, brigando, se ofendendo. É, no mínimo, divertido. Quem nunca parou para observar um casal discutindo na praça de alimentação de um shopping? Quem nunca se excitou com uma briga de trânsito? Quem nunca segurou a risada ao ver uma pessoa tropeçar e cair no meio da rua?
E para quem diz que BBB é perda de tempo, digo que podemos sim tirar idéias para refletir de dentro dele. Por exemplo, o Brasil, e mais especificamente São Paulo, aceita muito bem todo e qualquer tipo de neologismo, com a desculpa de que eles não corroem a raiz do idioma, pelo contrário, o ampliam. Prova disso é o fato do Brasil ter aceitado o nome BIG BROTHER facilmente. Na Argentina, onde a preocupação com a manutenção do idioma é bem maior do que a nossa, o mesmo programa se chama Gran Hermano.
Outro exemplo: o garotão surfista inútil faz papel de cafajeste ganhou um milhão. A menina que fez o mesmo papel foi eliminada com 89% e, como já era previsto, tirou a roupa. De todas as sete edições, apenas duas mulheres venceram. Não seria isso um reflexo da sociedade machista? São Paulo possui a maior Parada Gay do mundo, e, coincidentemente, o único participante gay da história do programa foi o vencedor.
Não estou defendendo o programa como sendo a única opção para o paulistano, nem de que devemos abandonar teatro, cinema, parque, etc. Sugiro apenas que o BBB seja encarado com outros olhos, visto que, para mim, o Big Brother é um espelho da sociedade atual, e que critica-lo é criticar a nós mesmos.
Nessa terça-feira, dia 03 de abril, chegou ao fim mais uma edição do tão comentado Big Brother Brasil, em meio a críticas e diversas reclamações no Procon, visto que, segundo os críticos, é um programa de conteúdo vazio e, segundo as donas de casa, uma baixaria sem propósito.
Eu, particularmente, sou fã do BBB. Talvez pelo fato de não tentar enxergar nele algo além de um entretenimento vazio. Para a grande maioria paulistana (felizmente ou infelizmente, dependendo de seu ponto de vista), esse tipo de distração é mais facilmente absorvido do que um livro ou uma peça de teatro, o conteúdo já vem mastigado, digerido, editado, basta olhar, espiar... E na geração do fast-food, na qual não há tempo para complexidade, devemos compreender que é natural o entretenimento também ser fast-food, rápido, sem demoras, de fácil acesso.
Após sete anos de programa, as votações continuam em alta, assim como o interesse do público pelo programa. A audiência do BBB em São Paulo é a maior de todo o Brasil, chegando a atingir pico de 47 a 49 pontos, números superiores aos da atual novela das oito, Paraíso Tropical, que vem patinando no Ibope. Isso se deve ao fato do público paulistano ter enjoado do cenário carioca e ter optado por um programa mais parecido com seu “cotidiano”. Certa vez um amigo me disse a seguinte frase: “Alegria de pobre é ver outro pobre se ferrando”. Ele está certíssimo, e é em cima desse contexto que se baseia o BBB. Gostamos de ver duas pessoas discutindo, brigando, se ofendendo. É, no mínimo, divertido. Quem nunca parou para observar um casal discutindo na praça de alimentação de um shopping? Quem nunca se excitou com uma briga de trânsito? Quem nunca segurou a risada ao ver uma pessoa tropeçar e cair no meio da rua?
E para quem diz que BBB é perda de tempo, digo que podemos sim tirar idéias para refletir de dentro dele. Por exemplo, o Brasil, e mais especificamente São Paulo, aceita muito bem todo e qualquer tipo de neologismo, com a desculpa de que eles não corroem a raiz do idioma, pelo contrário, o ampliam. Prova disso é o fato do Brasil ter aceitado o nome BIG BROTHER facilmente. Na Argentina, onde a preocupação com a manutenção do idioma é bem maior do que a nossa, o mesmo programa se chama Gran Hermano.
Outro exemplo: o garotão surfista inútil faz papel de cafajeste ganhou um milhão. A menina que fez o mesmo papel foi eliminada com 89% e, como já era previsto, tirou a roupa. De todas as sete edições, apenas duas mulheres venceram. Não seria isso um reflexo da sociedade machista? São Paulo possui a maior Parada Gay do mundo, e, coincidentemente, o único participante gay da história do programa foi o vencedor.
Não estou defendendo o programa como sendo a única opção para o paulistano, nem de que devemos abandonar teatro, cinema, parque, etc. Sugiro apenas que o BBB seja encarado com outros olhos, visto que, para mim, o Big Brother é um espelho da sociedade atual, e que critica-lo é criticar a nós mesmos.